
Audio: Chocolate, chá preto e vinho tinto. Apurados pela música.
Era uma vez uma menina que tinha um sonho, simples e aparentemente de fácil alcance – ser independente e feliz.
A minha companheira de conversa de hoje é essa mulher independente e feliz e absolutamente viciada em livros.
Dir-se-ia que os objectos plenos de letras e ocasionais imagens fazem parte da sua anatomia, de tal forma lhe são assíduos.
Diz de si que é gestora e afins. É nestes afins que desbravo caminho para chegar a quem realmente é. Deixo para um plano secundário a profissão que lhe serve de sustento.
Era uma vez uma menina que tinha um sonho, ser independente e feliz. E assim o é!
Responde-me por escritos que pactuam com onomatopeias onde se lhe escuto a voz. Não lê em voz alta, nunca, mas os lábios mexem-se ao ritmo dos caracteres, erigindo palavras nos livros que lhe passam pelas mãos e pelos olhos.
Em confidencia revela que, em criança, a banda desenhada era sua parceira, convivendo entre tiras, balões de fala e de pensamento. Presentemente lê de tudo um pouco, não estranha e tampouco recusa leituras, partilhando as que numa tagarelice interior se lhe afloram ideais aos que a rodeiam.
Tem como hobbie ler e escreve-o com som de sorriso, juntando-se acções que concedam a consciência da passagem do tempo pelos edifícios, ruas, pontes e outras arquitecturas, chamando-a a tournées entre estradas citadinas e campestres, comandadas por longas prosas entre amigos.
Tivesse outra profissão seria exploradora, viajante imparável abraçando labores em causas justas.
Não escreve cartas, mas não dispensa a escrita de um postal que entrega em mão a quem achar merecedor.
É na praia onde mais gosta de estar com um livro, fazendo-se sempre escoltar por um termo com café, onde os dias de calor ou frio lhe são indiferentes.
Esta senhora que hoje me acompanha tem luz e cor, adornos que a volvem em princesa dos livros pigmentados e expressivos. Uma princesa independente e feliz, tal qual a sua infância lhe falava nos sonhos.
As tonalidades que para si acompanham melhor os livros, essas têm-se mais escuras e saborosas: chocolate, chá preto e vinho tinto, numa aliança de paladares que se acercam mutuamente, sob o sonido preciso de uma melodia.
Diz-me que é graças a mim que vê a encadernação ainda como algo presente, agradeço-lhe porquanto assim entendo que o meu papel no circuito dos livros está a ser bem encaminhado.
Selecciona qualquer uma das obras assinadas ‘By a Lady’ como livro a encadernar. Aceitarei todas as que chegarem com o entusiasmo, sensibilidade e o bom senso necessários a vestir as suas histórias.