“Os livros desempenhavam então, junto do espírito, um papel análogo ao dos psicoterapeutas junto de certos neurasténicos” _ M.P.
Estou em crer que quase todas as afirmações que referem o impacto que um livro tem estão focadas no conteúdo da obra em si, no literário que provém. É de referir, no entanto, que o objecto poderá colar-se ao individuo e nele promover o seu impacto, em causa estão os livros encadernados, únicos, singulares, vestidos a rigor. A terapêutica funciona também por intermédio destes.
Em conversas aqui a ali dá-se que ao falar de livros se lhes junta outro prazer, quase que incitando um companheirismo necessário para que o gosto pela leitura e pelo objecto seja alavancado a um nível estratosférico.
A crónica semanal, que me decidi a escrever, vai realçar justamente a companhia que o livro pede, ou não, para ser o placebo necessário para combater alguns males.
O séquito vai ser diverso, assim espero: um bom vinho, um chocolate, o indispensável café, o chá, o whiskey de malte, uma pessoa, um som gostoso, um cigarro ou um charuto… aguardo ter alguma revelação inesperada, quem sabe! A lista será, garantidamente, longa e distinta.
Assim como quem conversa sobre o tema, tratarei de entrevistar uns e outros que me concedam esta graça. A partir daí criarei uma breve narrativa com intimidades, anónimas, ligadas a tão nobre objecto.